As várias facetas de Pedro Américo

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O livro Além do Ipiranga - A extraordinária vida de Pedro Américo, de Thélio Queiroz Farias, resgata vida e obra do autor do quadro Independência ou morte!

Por Allan Lopes

Certamente você, leitor, não importa a idade, contemplou o quadro Independência ou morte! em livros de história. É a obra mais conceituada sobre a exclamação da Independência e, hoje, ornamenta o Salão Nobre do Museu do Ipiranga - espaço projetado especialmente para abrigar a tela de 4,15 metros de altura por 7,60 metros de largura. Contudo, poucos sabem nomear o autor e, muito menos, citar outra pintura de sua autoria. Quem vos escreve compreendia nestes círculos sociais até a leitura de Além do Ipiranga - A extraordinária vida de Pedro Américo e suas incríveis facetas, uma reparação histórica escrita pelo advogado Thélio Queiroz Farias. O lançamento da publicação, uma coedição das editoras Cepe e União, será neste sábado, às 15h, na Fenelivro, feira literária realizada desde quarta na Avenida Rio Branco, no Bairro do Recife.

É notório que o Brasil desvaloriza suas personalidades históricas, mas o caso de Pedro Américo é desproporcionalmente específico diante do legado. De origem humilde em Areia, na Paraíba, Pedro mostrou inclinação à pintura desde a infância e impressionava familiares e vizinhos com um realismo espantoso nos desenhos. Ele atravessou o mundo para refinar sua técnica sob a orientação de mestres renomados da academia artística.

A biografia é resultado de cinco anos de pesquisa que levou o autor a revisitar a história de Pedro em fontes localizadas em Areia, Fortaleza, Rio de Janeiro, Petrópolis, São Paulo, Florença, Paris, Bruxelas, Lisboa e, inclusive, Recife. Américo conciliou outras áreas e se tornou romancista, poeta, cientista, teórico de arte, ensaísta, filósofo, político e professor, além de ser referência na pintura nacional e internacional.

A vida e as obras se confundem, mas Thélio esmiúça os 62 anos do artista em 244 páginas, com fatos inéditos, ilustrações e uma farta coletânea de fontes. Embora pareça um tema rebuscado à primeira vista, a arte do paraibano é apresentada de forma acessível e leve ao leitor, sem estar atrelado a um conhecimento prévio ou acadêmico para emergir na leitura.

 

Fonte: Diario de Pernambuco (23/09/2022)