
Recife discute a cultura judaica em congresso internacional
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O encontro tem apoio da Cepe e as atividades são gratuitas, mediante inscrição
Pesquisadores, professores, estudantes e pessoas com interesse na história e na cultura judaica se encontram no Recife, de 26 a 28 de maio, no III Congresso Internacional de Judaísmo e Interculturalidade: História e Transculturalidade. A participação é gratuita em todas as atividades e pode ser agendada pelo site https://ciji.com.br, acessando a página “Inscreva-se”. Se tiver vagas disponíveis, será permitida a inscrição presencial no dia da abertura do evento.
Com apoio da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), o encontro será realizado em novo endereço, no Recife Expo Center, Sala 10, localizado no Cais de Santa Rita, 156, no bairro de São José, Centro da cidade. A organização é da Universidade de Salamanca e do Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará. Nas 15 palestras do congresso, serão debatidas questões que envolvem as relações transversais das comunidades judaicas com as culturas nas quais estão inseridas.
A discussão será conduzida por pesquisadores do Brasil, Espanha, Portugal e Israel. A palestra de abertura é do israelense Ioram Melcer, escritor, tradutor, membro da Academia de Língua Hebraica e editor-chefe da revista digital Alaxon, a mais lida na língua hebraica. Ele vai levar um tema instigante para a plateia: “Quem (finalmente) é (um) judeu?”. A pergunta, diz ele, “tornou-se símbolo de uma longa e não resolvida batalha interna em Israel e em muitas partes do mundo judaico.”
Escritora brasileira de origem judaica, Daniela Levy fará a conferência de encerramento, com o tema “La confraria de los judios de Holanda: a resistência cristã-nova à inquisição ibérica”. Ela vai abordar a situação dos judeus convertidos à força que viveram no Brasil. “O ‘habitat’ diferente produziu um homem diverso, de um dinamismo e criatividade que os fez sobressair em sua atuação política e cultural”, afirma. Professora de história e integrante do Núcleo de Pesquisa Anita Novinsky, de São Paulo, ela vai lançar, após a palestra, o livro De Recife a Manhattan: judeus na formação de Nova York (reeditado pela Cepe Editora).
O livro do congresso, publicado pela Cepe, traz uma compilação das 15 palestras e será distribuído aos participantes no encerramento das atividades. A organização do título é de Ana Paula Cavalcante, Angel Espina Barrio, Daniel Valerio e Mário Hélio Gomes de Lima. Superintendente de Periódicos e Projetos Especiais da Cepe, Mário Hélio também atuará como moderador da mesa Expansão Atlântica, Migrações e Dinâmicas Coloniais e Pós-Coloniais, seus Personagens e Intérpretes.
De acordo com ele, a realização do congresso no Recife é pertinente. “A importância do povo judeu e sua cultura nos diversos contextos históricos é algo indiscutível. O Recife é parte dessa história, desde o início da colonização. É com os judeus que começa inclusive a nossa literatura. É uma judia – Clarice Lispector – sempre reivindicada pelos pernambucanos como ‘sua’ por causa do tempo em que morou no Recife. São tantos os motivos, tanto culturais quanto históricos, que continuaríamos a falar indefinidamente sobre o tema”, declara o jornalista Mário Hélio (Foto: Leopoldo Conrado Nunes/Cepe).
A primeira edição do Congresso Internacional de Judaísmo e Interculturalidade foi realizada em Fortaleza (CE), em 2022, e a segunda, em Penamacor (Portugal), em 2023. A programação completa está disponível no site (https://ciji.com.br).
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